Desde o nascimento, a criança é exposta a sons e a falas dentro do seu núcleo familiar e social aprende, com quem a rodeia, a comunicar desde o berço. Trata-se de um processo complexo no qual a criança e os pais, a família alargada, os educadores e professores, se envolvem na aventura de se fazer nascer a linguagem na criança.
A criança nasce com um potencial neurofisiológico que, aliado ao laço afetivo gerado entre a criança e o educador, à imitação e a um contexto linguístico adequado, torna possível que a criança desenvolva as capacidades necessárias ao manejo de uma língua. Entre estas capacidades encontra-se a consciência fonológica.
A consciência fonológica está conectada com a capacidade de análise consciente das unidades de som de uma língua, assim como, das regras de distribuição e sequência do sistema de sons da língua.
O bebé comunica, quando ainda se encontra no berço, entre outros, pelo olhar, pela expressão corporal, pela expressão facial, pelo choro. Este são os alicerces da comunicação nos quais se vai erguer toda a estrutura da linguagem e a fala. A consciência fonológica é uma das traves-mestras que suporta a linguagem, ou seja, uma forma de transmitir uma mensagem, usando sons que formam palavras e frases.
A Consciência Fonológica junta assim vários ingredientes, entre eles, a capacidade para prestar atenção e manipular segmentos de fala, onde se incluem, por exemplo, tarefas de adição
de sílabas ou omissão de sons. São vários os níveis de Consciência Fonológica, desde a consciência de palavra, até à silaba e ao fonema (consciência do som de cada letra).
Para que a imersão na língua portuguesa ocorra de modo harmonioso, é essencial que as crianças tenham desenvolvidas as competências de discriminação auditiva, que passam pela capacidade de reconhecer, discriminar, isolar e manipular os segmentos fonológicos de uma língua. Quando tal não sucede de forma apropriada, torna-se necessário proporcionar o acesso a um treino da oralidade.
Também para a aprendizagem da leitura e da escrita, é fundamental que a Consciência Fonológica esteja devidamente trabalhada, para que seja mais fácil para a criança atingir um nível eficiente de leitura e consequentemente a sua compreensão.
Com estes alicerces a criança sentir-se-á mais segura e motivada no seu processo de aprendizagem para uma tarefa que é considerada exigente.
Recém-nascido – chora e faz sons (soluços, arrotos, suspiros); o bebé identifica a voz humana.
Durante o primeiro ano:
É capaz de dividir as palavras em fonemas, por exemplo, divide “dado” em fonemas isolados “d-a-d-o”. Podem transparecer fragilidades em articular palavras novas ou desconhecidas, contudo vão manifestando uma maior apetência para identificar os sons.
Ler livros com rimas e utilizar diferentes tipo de vozes, para chamar a atenção da criança para a rima.