CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

Informação para os pais

Desde o nascimento, a criança é exposta a sons e a falas dentro do seu núcleo familiar e social aprende, com quem a rodeia, a comunicar desde o berço. Trata-se de um processo complexo no qual a criança e os pais, a família alargada, os educadores e professores, se envolvem na aventura de se fazer nascer a linguagem na criança.

 1. Definição de Consciência Fonológica?

A criança nasce com um potencial neurofisiológico que, aliado ao laço afetivo gerado entre a criança e o educador, à imitação e a um contexto linguístico adequado, torna possível que a criança desenvolva as capacidades necessárias ao manejo de uma língua. Entre estas capacidades encontra-se a consciência fonológica.

A consciência fonológica está conectada com a capacidade de análise consciente das unidades de som de uma língua, assim como, das regras de distribuição e sequência do sistema de sons da língua.

O bebé comunica, quando ainda se encontra no berço, entre outros, pelo olhar, pela expressão corporal, pela expressão facial, pelo choro. Este são os alicerces da comunicação nos quais se vai erguer toda a estrutura da linguagem e a fala. A consciência fonológica é uma das traves-mestras que suporta a linguagem, ou seja, uma forma de transmitir uma mensagem, usando sons que formam palavras e frases.

A Consciência Fonológica junta assim vários ingredientes, entre eles, a capacidade para prestar atenção e manipular segmentos de fala, onde se incluem, por exemplo, tarefas de adição

de sílabas ou omissão de sons. São vários os níveis de Consciência Fonológica, desde a consciência de palavra, até à silaba e ao fonema (consciência do som de cada letra).

Para que a imersão na língua portuguesa ocorra de modo harmonioso, é essencial que as crianças tenham desenvolvidas as competências de discriminação auditiva, que passam pela capacidade de reconhecer, discriminar, isolar e manipular os segmentos fonológicos de uma língua. Quando tal não sucede de forma apropriada, torna-se necessário proporcionar o acesso a um treino da oralidade.

Também para a aprendizagem da leitura e da escrita, é fundamental que a Consciência Fonológica esteja devidamente trabalhada, para que seja mais fácil para a criança atingir um nível eficiente de leitura e consequentemente a sua compreensão.

Com estes alicerces a criança sentir-se-á mais segura e motivada no seu processo de aprendizagem para uma tarefa que é considerada exigente.

2. Evolução do Desenvolvimento Fonológico

Recém-nascido – chora e faz sons (soluços, arrotos, suspiros); o bebé identifica a voz humana.

Durante o primeiro ano:

  • Faz sons guturais (“arre”), guinchos e sorrisos, consegue distinguir a voz feminina, masculina, familiar, desconhecida, amigável e rude;
  • O bebé palra e dá gargalhadas; revela a capacidade de reconhecer modelos ao nível da entoação e do ritmo;
  • Balbucia (“mamama”, “papapa”); relaciona-se com mais reciprocidade e exprime emoções de carinho ou zanga;
  • Emite palavras (“papá” (pai), “mamã” (mãe), “oá” (olá); sílabas (“pa”, “ba”, “ma”, “ta”, “da”, “na”), palavras (“bebé”, “popó”) e frases (“na da”). Faz sons dos animais (“ão-ão”, “miau-miau”, “piu-piu”).

Durante o segundo ano: 

  • A criança já é capaz de reconhecer palavras e frases;
  • Usa sílabas para dizer palavras (“pa” em vez de “pato”, “ga” em vez de “gato”, “tato” em vez de “fato”), isto é, menciona objetos a partir do uso da sílaba sem significado.

Entre os 3 e os 4 anos:

  • Suprime o fonema inicial (“ão” em vez de “cão”), final (“doi” em vez de “dois”), mais de uma sílaba (“neca” em vez de “boneca”) ou reduz os ditongos (“caxa” em vez de “caixa”).
  • Faz substituições de fonemas (“manana” em vez de “banana” ou “cigago” em vez de “cigarro”, “tapato” em vez de “sapato”). A maior parte do que diz é entendido por pessoas fora do seu meio familiar.
  • Pode suprimir uma sílaba dentro da palavra ou uma consoante final (“desenhá” em vez de “desenhar”). Tem a capacidade de identificar as rimas e o seu discurso deve ser percetível para estranhos.

Entre os 4 e os 6 anos:

  • Usa, com maior frequência, palavras longas, com mais de três sílabas. Pode substituir “palhaço” por “paiaço”; “limão” por “uimão”; “colher” por “coler”. A criança amplia o gosto por rimas e atinge o domínio articulatório;
  • Pode suprimir o “r” nos grupos ou trocar a ordem (“buxa” em vez de “bruxa”, “trigue” em vez de “tigre”, “corcodilo” em vez de “crocodilo”).

Depois dos 6 anos:

É capaz de dividir as palavras em fonemas, por exemplo, divide “dado” em fonemas isolados “d-a-d-o”. Podem transparecer fragilidades em articular palavras novas ou desconhecidas, contudo vão manifestando uma maior apetência para identificar os sons.

3. Como Podem Os Pais Ajudar

  • Praticar adivinhas dizendo o som de cada letra para a criança adivinhar a palavra (que palavra é esta? p-a-t-o);
  •  Estimular a criança a completar frases com palavras que rimam (vitória, vitória acabou-se a …);
  • Dividir as sílabas das palavras com palmas ou bater com as mãos na mesa (ca-ne-ta)
  • Enunciar palavras começadas por determinado som (dizer palavras começadas por “t”);
  • Chamar a atenção da criança para a posição dos sons nas palavras (p.e. lua tem o som “l” no início, mas na palavra sol está no final)
  • Selecionar um som e descobrir palavras que começam com esse som;

Ler livros com rimas e utilizar diferentes tipo de vozes, para chamar a atenção da criança para a rima.

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